quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Pesquisa quer transformar bagaço de uva em barrinha de cereais e cosmético.

Plantação de uvas da Embrapa
Plantação de EMBRAPA.
O bagaço da uva que sobra após a fabricação do vinho pode virar barrinha de cereais, bebida probiótica (benéfica para o intestino), farinha e óleo. A proposta é de um estudo da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
A cada 100 litros de vinho processados, são gerados 30 quilos de resíduos, o que equivale a 210 mil toneladas por ano, segundo a Embrapa. O bagaço da uva --que inclui a casca, a semente e os cabinhos (chamados de engaço)-- normalmente é descartado. 
O bagaço pode ser transformado em um extrato rico em fibras, proteínas e compostos químicos antioxidantes (chamados de compostos fenólicos), com potencial de gerar produtos inovadores e funcionais, afirma Lourdes Cabral, pesquisadora da Embrapa. 
Esse composto poderia ser usado pela indústria de alimentos, farmacêuticas e de cosméticos, segundo a pesquisadora. Segundo Lourdes, os consumidores têm buscado produtos naturais e, por isso, as indústrias se veem pressionadas a buscar alternativas aos aditivos químicos.
"O principal desafio é gerar processos tecnicamente viáveis, mas que sejam economicamente competitivos", diz.
Ainda não existe parceria concreta com a iniciativa privada para a produção do extrato a partir do bagaço da uva, segundo Lourdes. Apenas uma indústria de ingredientes para cosméticos mostrou algum interesse.
O projeto começou a ser desenvolvido em 2008 pela Embrapa Agroindústria de Alimentos, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Destino atual

Atualmente, os produtores de vinho pagam para outras empresas retirarem os resíduos da fábrica, diz a pesquisadora.
Segundo ela, uma parte desses resíduos é vendida ou doada como fertilizante, e há ainda um composto que é formado na fabricação do vinho, chamado tartarato, que costuma ser vendido por algumas fábricas.
"Mas, de um modo geral, ainda não há um aproveitamento importante do bagaço", diz.

Bagaço pode contaminar o ambiente

Mesmo sendo de fonte natural, a matéria orgânica gerada na decomposição do bagaço de uva pode contaminar o ambiente.
"Além da grande quantidade de resíduos gerados, em torno de 16% do total de frutas processadas, eles são produzidos durante curto intervalo de tempo [a safra da uva dura aproximadamente três meses] e apresentam características poluentes, como baixo pH e elevados teores de compostos que resistem à degradação biológica", afirma a pesquisadora.
(Com Agência Brasil)

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